30 de mar. de 2010

Não tem problema, a propaganda resolve!

Gabriela Baldan
Hoje assisti a uma ótima aula sobre a crise da Bolsa de Nova York em 1929. O professor discorria sobre o contexto histórico da década de 20, mais especificamente sobre a indústria da propaganda. Neste período em que a propaganda representava 2% do PIB dos Estados Unidos, o objetivo era fazer a pessoa acreditar que não poderia viver sem aquilo que estava sendo vendido. Aos homens, disse o professor, eram propagandeados principalmente carros e cigarro. Às mulheres, cosméticos e roupas.

Foi quando ele apresentou uma ideia que me fez pensar. O professor disse o seguinte: naquele tempo o cigarro emprestava ao fumante uma imagem viril, de masculinidade. Hoje, porém, a onda “saúde” e “verde” que surfamos diz que fumar faz mal à saúde e então são estampadas nas embalagens de cigarro imagens de consequências do fumo; uma das mais evitadas é a da impotência sexual. A imagem que o produto empresta ao consumidor se inverteu!

Seguindo esse raciocínio, hoje os automóveis são um dos grandes vilões contra o meio ambiente devido à alta taxa de emissão de CO2 na atmosfera. Não são mais as máquinas revolucionárias que substituíram os cavalos.

O plástico encanta com sua praticidade e leveza, porém é o material que mais polui oceanos. Mas alguém vai deixar de comprar ou fazer plástico por que ele polui? Alguém vai deixar de comprar um artigo de marca só por que sabe que foi produzido em regime de quase escravidão?

Então surgem as alternativas: a reciclagem, os carros movidos a álcool, e adesivos de nicotina, e denúncias. E isso é pura propaganda de novo! E a maior vitória da propaganda é que ela gera mais propaganda. Nem se sabe da existência de alguma coisa até que a propaganda aconteça e aquilo passa a ser essencial. Essencialidade sempre reforçada por mais propaganda.

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