28 de mar. de 2010

Está tudo errado!

Angela Sanchez

O grande assunto desta semana que passou, tanto nos veículos de comunicação, como na internet e nas conversas de pessoas por todo o Brasil e principalmente em São Paulo foi o julgamento do caso Nardoni. Não vou falar aqui sobre quem é culpado ou não e nem sobre o caso em si, isso já foi discutido o bastante.
Agora, usando como referência toda a manisfestação tanto midiática como popular que aconteceu em torno deste caso abre-se margem para se discutir o que é importante para os braseileiros. Foi incrível ver o tamanho da comoção em torno dete caso. Não entendo porque este, em particular, foi tão polêmico, sendo que na mesma época da morte de Isabella, aconteceram outros casos parecidos sobre os quais ninguém mais fala.
Mas pensar que toda essa comoção não trará frutos ao país é muito triste. A reação da população a este caso era uma oportunidade incrível, para tentar mudar a realidade diária de muitas crianças brasileiras, vítimas de violência e abusos. Se as pessoas se empenhassem tão entusiasmadamente em manifestações que buscassem uma alteração legislativa sobre a proteção de crianças, ou então na fiscalização de órgãos públicos sobre isso; por exemplo seria um esforço popular muito mais eficaz e com reais resultados.
A própria mídia poderia ter aproveitado esta chance, para levar a discussão além da cobertura do caso. Era um momento ideal para abrir um espaço de debate e reflexão sobre a violência e os abusos contra menores no Brasil e assim tentar especular sobre possíveis soluções.
Uma das coisas que falta no Brasil para que a realidade do brasileiro possa ser um pouco melhor é saber aproveitar situações como esta, não deixando que ela se torne apenas uma notícia polêmica na mídia e possa orginar debates sobre como evitar que outros casos similares continuem a fazer parte da nossa realidade diária. Essas coberturas deviam servir de exemplo para o que deve ser mudado no país e em nossas leis e não apenas exemplo do tipo de notícia que dá maior audiência ao veículo de comunicação.

Nenhum comentário: